Edson Dantas, por Alexei Bueno de 2004

Foste destro na arte, não no mundo
O que pode ela dar, que i outro recusa?
Não vives. Não morreste. És sombra escusa
Nos becos onde o sono é mais profundo.

Por teu perfil de eleito e vagabundo
Procuramos em vão à luz difusa
Dos postes, nas ladeiras, na confusa.

Em outro se desmente, mas sonhaste
Com o Walhalla¹, com os deuses, com a poesia,
A esbarrar, copo à mão, em cada traste.

Em qual ano estarás? Que é da alegria
De sabê-lo? Hoje a vida é o louco engaste
Da gama extraviada do teu dia.


(¹templo de Walhalla na Baviera, tendo como modelo o Partenon em Atenas. Na mitologia nórdica também é o lugar onde iam, após a vida, os guerreiros vikings mais corajosos e vitoriosos)





Um comentário:

  1. Pra quem não eh filho de Edson Dantas, sua loucura eh poética! Pra mim, nao!
    Que nao fosse artista, que nao fosse meu gênio preferido, que fosse nada, um Ze Ninguém mas que fosse meu pai! Aqui comigo ate hoje! Te amo até a eternidade!

    ResponderExcluir